Um dia você acorda de um sonho com um gosto meio doce e amargo na boca. Lembra de ter sentido pele com pele, boca com boca. Mais que isso. Sentiu as almas se entrelaçarem. Em êxtase, sentiu-se deus. Contente-se: foi real. Contenha-se: foi real enquanto dormias nos braços de Morpheus.
Entre cacos de vidro, um caos (,) (n)um caso perdido. Quem sabe num ocaso, num acaso desses, desdizendo minhas cacofonias, eu possa seguir meu caminho.
Poesia sacana não tem vergonha, palavras bonitas ou floreadas. Poesia sacana sequer tem roupa. Não usa lingerie: Tem calcinha no chão, braguilha aberta. Mão naquilo, aquilo na mão. Poesia sacana tem até número: De quatro a meia-nove. Poesia sacana não aguenta espera. Poesia sacana tem gritos e voz rouca. Poesia sacana tem sede, saliva, gozo, esperma. Poeta, sem-vergonha, beija, molha, escorre quente. Boca à boca.
Todo vidro que se quebra mostra que, quando tentamos restaurá-lo, já não é o que foi. Mas quem sabe, seja algo mais...algo que poderia ter sido: MIrrOR.
O mundo é uma merda. Aceite isso: Boiamos nessa grande massa de pensamentos, sentimentos, quereres, gritos, silêncios, eventuais cios, CIAS indispostas, camas, casos mal resolvidos, corações despedaçados ao longo do caminho, esperanças afogadas em pranto...enfim, em dores que doem o quanto basta... nessa porra toda que chamam de vida.