sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Cá-minha

Existem aqueles que arrancam nosso vestido e a calcinha, mas não conseguem ir além de uma rapidinha...
Outros, antes, desalinham pensamentos, emoções... de-vagar...depois, passeiam nos desvãos de noss'alma, por onde ninguém caminha... 

domingo, 14 de dezembro de 2014

Acalantos

""Goiás velho" tem essa magia: me revigora e me emociona... Já tinha quase perdido as esperanças de um dia entrar na Igreja da Senhora do Carmo onde fica o altar do Senhor São Benedito. Hoje, atravessando a velha ponte sobre o Rio Vermelho, pude ver que estava de portas abertas, me convidando pra conhecê-la, tocar, enfim, suas paredes e seu altar... Uma alegria indizível tomou conta de mim: o tempo lento da reza, do silêncio e da gratidão se misturou com a fluidez, com o torvelinho em tons do vermelho das águas que margeiam a casa da ponte, e penetram fundo em mim, revolvendo meus segredos e sentimentos. Acalantos do corpo, alma e coração.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Marcas

Me entrego, não minto... meu corpo é, agora, um misto de memórias surreais, arranhões e mordidas. Marcas deixadas à meia luz da meia-noite, regadas a vinho tinto.

domingo, 7 de dezembro de 2014

A-porto

Aposto
       A postos
                  Acasos
                           Opostos
                                    Ocasos
                                             Em-fim (,)
                                                          (H)a-porto no caos (?)
                                      

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Boca suja


Você não vem saber quem eu sou...
embora tenha curiosidade,
 Quer apenas novidades pra sua vidinha
vc vem ...quer ver o que faço
qer saber como me satisfaço sem você
quer ler historinhas picantes
não importa, se em versos, prosas ou o quê!
Quer pequenas sacanagens e picardias 
para preencher esses seus dias
acender seu corpo como quem acende um cigarro
(prazer rápido só pra depois querer mais um)
prazerzinho de que tem vontade de ver meu  batom vermelho
deixando marcas em você...
sei que quer e pensa num "sarro"
você fantasia nas minhas palavras 
e queima
mas não pode fazer nada...
além de se tocar pensando em mim
 Não, você não precisa vir aqui,
mas vem 
porque você sempre me quer...
com a boca suja


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Aqui-lês ou - (p)artes

Da poeira cósmica sou apenas um minúsculo grão. Num grau que não se define. Partitura sem música. Um monte de partículas, partes quebradas que me compõem como poesia. À parte, a(p)arte malfadada a quedas como anjos... Em noite enluarada, sem cia nenhuma, me vejo num precipíCIO. Às vezes, sorvo um co(r)po meio vazio, regado a bordeaux... Aqui, sou só um monte de Vênus e um calcanhar de Aquiles...

Maria Lemke

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ab nihilo - ou passo(s)


Sei o caminho dos barcos, dos cais e do caos, dos portos onde a dor aporta, por onde ainda vou passar. Num passo de cada vez, me despeço de quem nunca vi e por onde nunca passei. 

domingo, 21 de setembro de 2014

Ser-tão - de quem ama


Sertão não é silêncio... é ruído
É redemoinho: folhas secas dançando do solo ao céu
Torvelinho de emoções
O uivo da loba
Calor de setembro: corpo lânguido
Lua sangrando, grande e quase inteira. 
Terra vermelha e nua
Vento quente penetrando buritizal
Sertão é magia, segredo e paixão...
Sertão é urgência...
Sertão não é silêncio...
é temporal no verão, é ruído e cor...
Trovoada. Toada...
Na seca, é o ipê explodindo em flor!

Maria Lemke

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Sobre ventos, secas, cicatrizes, anéis e ipês

Quando o ipê explode em flores, e a lua - que não é de Saturno - ganha anéis ao seu redor, e você sente arder alguma antiga cicatriz, eis que é breve o tempo. 
A chuva não tarda.
O ipê perderá flores, ganhará folhas...
Os belos, etéreos e sutis halos da lua se perderão no céu.
A tua cicatriz, inflamada e dolorida, silenciará até a próxima seca. 
Voltarás a esquecê-la.
Sentirás tempestades: ventos e águas. 
E suores pelo corpo.
O odor da terra molhada chegará às tuas narinas.
Verás ervas e flores vicejarem por toda parte. Cio da terra. 
Ha(hhhhh)-verá o branco mais rosa... e o rosado, carmesim.
É tempo de lav(r)ar a alma, o corpo e o coração.
Aguardarás novamente ipês, cicatrizes e anéis. 
Quiçá, a chuva...Prenúncio apenas.
Amor, amor, caio à espera de uma nova e inversa estação.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Quiçá, quiçá, quiçá

Por agora, toda minha inspiração foi embora. Talvez volte a requentar velhos posts. Ou contar pequenas alegrias, usando velhas alegorias.  Contar sonhos molhados, os que te deixam afogueado. Quem sabe até do que tenho medo. Na falta do mais, vou confessar alguns de meus pecados. Alguns er(r)os e, quiçá, alguns segredos. 

Maria Lemke

domingo, 24 de agosto de 2014

Sem sentido(s)

Às vezes não disfarço meus gritos. Em outras, sou só gemidos.
Às vezes digo não. Outras, sou pura pele.
Às vezes sou medo. Em outras, perco a medida.
Alguns me roubam beijos e até querem tirar-me o sono e o vestido...
Outro, per se, me priva dos sentidos.

Maria Lemke

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Calvário





                                                                                                           Catedral de Sal, Zipaquirá, Colômbia
Fotos: Maria Lemke




terça-feira, 5 de agosto de 2014

Ouro Fino

                                                        Foto: Maria Lemke
Generosamente pintado pelo sol de fim de tarde, um beco continua sendo chamado de Ouro Fino... 

Maria Lemke

domingo, 16 de março de 2014

Nada

Nada além da lembrança de seus cabelos  soltos, tocados suavemente, como vela  pelo vento. Nada além da lembrança da profundidade dos teus olhos. Nada além da lembrança de navegar em  teu
(a)mar íntimo. Nada além de lembranças.
Agora, nado além.
                                   

Maria Lemke

domingo, 26 de janeiro de 2014

Meio(s)

Feitiço:
pré-sentimento
sex(t)o sentido
magia,
quebranto,
(o) mal (que),
cura.
Blue(s):
acorde,
meio-tom, 
cor.
Metáfora:
refúgio.
Ambiguidade:
malefício (?)
Sombra:
Meia-lua, 
meia-luz,
Sol e lua.
Penumbra
Eclipse
O-caso
meio escuridão
nuança.
Dúvida:
labirintos,
caminho(s) cruzado(s),
riscos paralelos,
duvida?
Meia-palavra... 
SilenCIO
inverso
(basta?)
in-certeza
sim,
não,
talvez

Só...
Reticências...