segunda-feira, 29 de abril de 2013

A-cá(l)-maria




Sou a in-verdade do poeta. O medo do deserto(r). O alimento regurgitado.  A vela queimando na escuridão da noite. O véu cobrindo rostos. O gosto do amar(go). O dedo em riste. O rastro na poeira. O sorriso do palhaço. A forja do aço. Amaré, a-tormenta. Eu, a-ca(l)-maria (de) sua agitação. A menina dos olhos que vela, resvala (em) segredo(s), lamenta em silêncio, os meus dias, e os teus ais. 
Maria Lemke

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Avessa (à) parte


Poesia não tem sexo. Nem pretextos. E eu, como você, (s)em meias-palavras, (s)em hífens...  (s)em verso ou prosa: do avesso.

domingo, 21 de abril de 2013

Dados




Joguei fora muitos escritos. Muitos continham antigas verdades, equívocos e enganos: engodos de minha memória fugidia e infiel. Joguei (fora) jogos de palavras e reticências, entre-meios prenhes de segundas intenções: lembranças de olhares enviesados. Entre apostos e apostas de quereres, letras trêmulas deixavam escapar o desalinho de versos toscos e imperfeitos lavrados em velhos pedaços de papel...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Ré-TORNO


Sou uma metade criada a partir de dois... sou dores nascidas de vários cacos de um só vidro quebrado(,) a rolar pelo chão... um não cheio de sim.... metade incert(ez)a. Certa de meus poréns, com tudo de todas metades e todos os nãos que há em mim.