quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Versículos X - A-mar

  Mar é um pedaço de amor que Deus pintou de azul.

Maria Lemke
                                                                                                                                                                                                                                      Foto: Maria Lemke


sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Amor guardado

Bolo congelado é um pedaço de carinho que alguém guardou. Tem um sabor especial, pqe num momento especial, alguém lembrou de vc.
Se vc pensa "será que fica bom congelado?". Não tenha dúvidas, o amor guardado naquele pacotinho faz tudo ser delícia. Faz marejar os olhos de alegria. Adoça a alma, o coração. Não importa se de chocolate, abacaxi, nozes ou limão.

Maria Lemke

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Leve

Se mundo brotou do som de um beijo, como escreveu o poeta, então o amor deve ter nascido de traços e rabiscos, da poesia, de uma prosa suave que virou poema. O amor deve ter nascido do afago em meio a palavras doces, suaves, serenas. O amor nasceu  pra tornar a vida mais leve, doce, plena.

Maria Lemke

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Encantaria


Atravessou sua carne macia, rompeu suas fronteiras. Penetrou fundo em seus pensamentos, revirou seu mundo. No apre(s)samento da vontade, naquele instante fecundo, tornaram-se fluxo. Num vai e vem cadenciado, desejo, alma, sex(t)o sentido. Fundidos, entrelaçados, eram mais que pernas, braços, ventre, vazante de rio, delicado, escorregadio. Misto de desejo profano e fé. Eram mais que um só. Eram poesia. Juntos, suados, eram gozo divino. Encantaria. Desaguados, eram amantes, cheia de (a)mar-é.


Maria Lemke

Toque

Amenidades se desenrolavam naquela conversa. Blues, sensibilidade feminina, sentidos possíveis, trabalho, solidão e poesia. Entre uma palavra e outra, o gosto de mais. O final da tarde tomou-os noite adentro. A hora nona trazia letras e vírgulas que disfarçavam intenções. Ninguém viu o tempo passar. Meu Deus! Nem a lua lá fora conseguiu desviar a atenção daquelas palavras trocadas, desalinhadas por dedos ágeis, pensou ela.Te(n)são, suores e frio na espinha, disfarçados, contidos se misturavam ao toque leve do coração descompassado. Arisco(s) estavam, arrisco dizer. Mas era inegável: cada um sentia mais do que deixava escapar pelos dedos, no toque da tela.

Maria Lemke

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Tu e eu - Trovinha do engano

Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo pra uma coisa
- que não sei qual é!
Gostas de um som de tempestade
[eu, ca(l)-maria a mais leve]
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
[somos só(s) re-versos, re-vistos]

Gosto de graves rituais
[do peso leve da palavra que se trai]
do caos, d(o)-culto, do tempo que (se me) esvai]
[Som suave: piano]
Tu és um co(r)po
[eu, (a-o poeta) "encanecido verme urbano"]

tu, multo
Eu [carisma]
[vestida em flor no corpo, no tecido, pano, pla(i)no]
Hesito entre duas palavras
escolho uma terceira
e no fim só digo o sinônimo.

[É(s) o caminho do meio (?)]
Tu não temes o engano[se me engana]
En(-)quanto eu cismo, [sismo]
Tu-tano
[Eu?? fé-menina, proscrita (de) alma cigana]

PS: perdoe-me Luís Fernando Veríssimo, gosto tanto de ti e, de me achar em ti, não hesito, não resisto... Precisei cortar, cortei... Pensei nas cheias de domingo, nas cheias de mar esperando o Rio e agora que cortei, re-cheio meu domingo com o tutano teu, e (m)eu engano.

Escrito na primavera de 2011.

Maria Lemke

domingo, 12 de agosto de 2018

Eu-f(l)oria

Verso com algum traço de poesia. 
Trama tecida de palavras cruzadas nas entrelinhas. 
Dedos de prosa sem pressa na primeira luz do dia.
Versículo sem malícia, dolo ou maldade. 
É presente pra sua história.
Sem vergonha, te digo: eu-f(l)oria nesses escritos de amizade.

Maria Lemke

Sou(l)

De alecrim, alegria, salsa, rock e manjerona
Manjo pasta com pesto de manjericão
Pizza de madrugada, coca cola, tequila com sal e limão
Pés descalços na terra nua
Corpo tatuado, chei(r)o de rosas.
Confissões na madrugada
Vida dura de outrora, testa enrugada,
Loba brincando entre raposas.
Não seguro a vontade
Voo raso, vou sem aviso
Coração descompassado
Brinco com o passado.
Com o não dito.
Nem poeta ou poetisa.
A que se põe inteira.
Poeteira em palavras nem sempre bem-ditas
Sentido(s) e sentimento
Beijo com mordida, sirvo e sorvo até a última gota.
Boca suja, de batom vermelho e descarada.
maria-sem-vergonha, cabelo ao vento,
fé-menina-bonita, 
Moça com laço de fita.
A travessa em travessia do deserto
Temp(l)o da solidão, temporal e ventania.
Cheiro de chuva, abraços apertados e café forte
Sorte, fado, a que rima amor e morte
Se soubesse quem sou(l), quem sabe, me amaria.

Maria Lemke

(h)a-ventura (?) - Para J.F.

Coragem,  medo, compadrios, amizades, desafetos. Casamentos arranjados, grosso trato. 
Tez dura. 
Fortuna, jogos de azar e sorte, fados, fardos humanos, 
atravessando mares, (sem) medo da morte. 
Homens de grossa aventura.

Maria Lemke

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Orvalha(da)

Ver-só não basta. Pensou ele, enquanto contava, pétala por pétala, as flores que ali (ha)via. 
Sem pressa, transformou-a em som, verso e rima. 
Com as pétalas úmidas, orvalhadas,
era mais que soneto, fonema. 
Era mulher em êxtase, alma nua, (dis)posta num poema. 


Maria Lemke

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Nó(s)

Achei um velho caderno. Capa vermelha, algo desbotada. Folhas amareladas pelo tempo. Lá estava a saudade descrevendo sete horas e quarenta e nove minutos vividos em meio a lençóis, corpos enroscados tocando a alma. Era um escrito sobre o amor. Com um nó na garganta, me (re)li, escrevendo sobre nós.

Maria Lemke