sábado, 29 de setembro de 2018

Re-juntando

Nenhum poeta escreve sem saudades, sem lembranças, sem saudade funda, sem dor doída. 
Nenhum poeta sobrevive sem urgência, sem se bendizer, sem se maldizer da sorte. 
Nenhum poeta sobrevive sem o não e o sim. 
A poesia sobrevive enganando a tristeza, brincando com a sorte.
Nenhum poeta sobrevive sem intensidade, sem enganar a morte.
Só o poeta sai mudo, fingindo riso, qual arlequim.
                               Sobrevive (s)em fa(r)dos (?) 
                     Nenhum poeta sobrevive sem amor. 
Nenhum amor vive em enganos. 
Todos os poetas cantam tristes, fazem ode às perdas, aos danos.  

Maria Lemke

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