segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Pray(er)


Ausente tornou-se de tudo: Toques, vãos e fendas, frestas de alegria de si. Nada havia. Ninguém a via para além dos suspiros, da tristeza no olhar perdido. Ninguém havia visto tanta tristeza, ninguém havia visto nada tão profundo. Seus olhos eram tristes, sem brilho, baços, fundos. 
Na reza, baixou os olhos e baixinho pediu aos céus para a vida voltar a ter algum encanto.
Ao vento pedia clemência para levar embora a tristeza, a solidão, as lágrimas que teimavam em brotar, do desespero, da ausência, na forma de triste canto.

Maria Lemke

Nenhum comentário:

Postar um comentário