segunda-feira, 20 de abril de 2015

Deleite

Agora, quero a rima nua, despudorada
e o poeta atra-versando meu deserto...
perambulando
perdido em meus labirintos 
de-vass(t)idão
descobrindo curvas, re-entrâncias
explorando linguagens e línguas
palavras sem nexo.
trans-formando deleites e delitos
bebendo meu corpo
imerso en-cantos.
Fazendo amor rimar com sexo.

sábado, 28 de março de 2015

A-cerca

Cercas e muros não conseguem evitar que o perfume das flores se espalhe pelo mundo.

Maria Lemke

segunda-feira, 23 de março de 2015

domingo, 15 de março de 2015

Condicional

Se é aquela partícula que, apesar de miseravelmente minúscula, é grande o suficiente pra lembrar algo que nunca aconteceu.

Maria Lemke

segunda-feira, 9 de março de 2015

Fini

Infinito mesmo é o vazio. Essa morada, esse lugar, esse deserto que habito depois que você se foi. 

Maria Lemke


terça-feira, 3 de março de 2015

AMARgo

Apesar de deixar um gosto amargo na boca, de causar sede e dores, saudade não é sintoma de ressaca. Saudade é sintoma da profundidade da falta. Saudade é abstinência do coração...

domingo, 1 de março de 2015

ESPERA

Esperança é aquela partícula, aquele minúsculo grão, que faz os olhos brilharem depois de muito tempo baços.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

In-finito

"Há infinitos maiores do que outros", escreveu alguém. Mas nenhum é maior que o silêncio.

Maria Lemke

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

DÊ(s)alento

Moço, já nem posso escrever... Antes, tudo em mim era desalinho: meus pensamentos, cabelos e lençóis, meus sussurros nas noites quentes de verão... Agora, na distância, me afogo na lembrança dos teus afagos, nada ouço além dos sinos a embalarem meu desalento, o passo em falso,  meu triste canto, minha solidão.

Maria Lemke

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Contudo ou com tudo

Sou metade criada a partir de dois. Sou dores nascidas de vários cacos de um só vidro quebrado a rolar pelo chão. Um não cheio de sim, metade incerteza. Certa de meus poréns, com tudo de todas metades e tudo que há em mim.     

Maria Lemke

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

E(quí)voco

Joguei fora muitos escritos, muitos continham antigas verdades; outros, equívocos e enganos  de minha memória fugidia e infiel. Sobraram letras trêmulas a contar quereres e veleidades, en-cantos de olhares enviesados, transformados em toscos poemas, lavrados em velhos pedaços de papel.

Maria Lemke  

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Cá-minha

Existem aqueles que arrancam nosso vestido e a calcinha, mas não conseguem ir além de uma rapidinha...
Outros, antes, desalinham pensamentos, emoções... de-vagar...depois, passeiam nos desvãos de noss'alma, por onde ninguém caminha... 

domingo, 14 de dezembro de 2014

Acalantos

""Goiás velho" tem essa magia: me revigora e me emociona... Já tinha quase perdido as esperanças de um dia entrar na Igreja da Senhora do Carmo onde fica o altar do Senhor São Benedito. Hoje, atravessando a velha ponte sobre o Rio Vermelho, pude ver que estava de portas abertas, me convidando pra conhecê-la, tocar, enfim, suas paredes e seu altar... Uma alegria indizível tomou conta de mim: o tempo lento da reza, do silêncio e da gratidão se misturou com a fluidez, com o torvelinho em tons do vermelho das águas que margeiam a casa da ponte, e penetram fundo em mim, revolvendo meus segredos e sentimentos. Acalantos do corpo, alma e coração.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Marcas

Me entrego, não minto... meu corpo é, agora, um misto de memórias surreais, arranhões e mordidas. Marcas deixadas à meia luz da meia-noite, regadas a vinho tinto.

domingo, 7 de dezembro de 2014

A-porto

Aposto
       A postos
                  Acasos
                           Opostos
                                    Ocasos
                                             Em-fim (,)
                                                          (H)a-porto no caos (?)