segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Boca suja


Você não vem saber quem eu sou...
embora tenha curiosidade,
 Quer apenas novidades pra sua vidinha
vc vem ...quer ver o que faço
qer saber como me satisfaço sem você
quer ler historinhas picantes
não importa, se em versos, prosas ou o quê!
Quer pequenas sacanagens e picardias 
para preencher esses seus dias
acender seu corpo como quem acende um cigarro
(prazer rápido só pra depois querer mais um)
prazerzinho de que tem vontade de ver meu  batom vermelho
deixando marcas em você...
sei que quer e pensa num "sarro"
você fantasia nas minhas palavras 
e queima
mas não pode fazer nada...
além de se tocar pensando em mim
 Não, você não precisa vir aqui,
mas vem 
porque você sempre me quer...
com a boca suja


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Aqui-lês ou - (p)artes

Da poeira cósmica sou apenas um minúsculo grão. Num grau que não se define. Partitura sem música. Um monte de partículas, partes quebradas que me compõem como poesia. À parte, a(p)arte malfadada a quedas como anjos... Em noite enluarada, sem cia nenhuma, me vejo num precipíCIO. Às vezes, sorvo um co(r)po meio vazio, regado a bordeaux... Aqui, sou só um monte de Vênus e um calcanhar de Aquiles...

Maria Lemke

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ab nihilo - ou passo(s)


Sei o caminho dos barcos, dos cais e do caos, dos portos onde a dor aporta, por onde ainda vou passar. Num passo de cada vez, me despeço de quem nunca vi e por onde nunca passei. 

domingo, 21 de setembro de 2014

Ser-tão - de quem ama


Sertão não é silêncio... é ruído
É redemoinho: folhas secas dançando do solo ao céu
Torvelinho de emoções
O uivo da loba
Calor de setembro: corpo lânguido
Lua sangrando, grande e quase inteira. 
Terra vermelha e nua
Vento quente penetrando buritizal
Sertão é magia, segredo e paixão...
Sertão é urgência...
Sertão não é silêncio...
é temporal no verão, é ruído e cor...
Trovoada. Toada...
Na seca, é o ipê explodindo em flor!

Maria Lemke

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Sobre ventos, secas, cicatrizes, anéis e ipês

Quando o ipê explode em flores, e a lua - que não é de Saturno - ganha anéis ao seu redor, e você sente arder alguma antiga cicatriz, eis que é breve o tempo. 
A chuva não tarda.
O ipê perderá flores, ganhará folhas...
Os belos, etéreos e sutis halos da lua se perderão no céu.
A tua cicatriz, inflamada e dolorida, silenciará até a próxima seca. 
Voltarás a esquecê-la.
Sentirás tempestades: ventos e águas. 
E suores pelo corpo.
O odor da terra molhada chegará às tuas narinas.
Verás ervas e flores vicejarem por toda parte. Cio da terra. 
Ha(hhhhh)-verá o branco mais rosa... e o rosado, carmesim.
É tempo de lav(r)ar a alma, o corpo e o coração.
Aguardarás novamente ipês, cicatrizes e anéis. 
Quiçá, a chuva...Prenúncio apenas.
Amor, amor, caio à espera de uma nova e inversa estação.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Quiçá, quiçá, quiçá

Por agora, toda minha inspiração foi embora. Talvez volte a requentar velhos posts. Ou contar pequenas alegrias, usando velhas alegorias.  Contar sonhos molhados, os que te deixam afogueado. Quem sabe até do que tenho medo. Na falta do mais, vou confessar alguns de meus pecados. Alguns er(r)os e, quiçá, alguns segredos. 

Maria Lemke

domingo, 24 de agosto de 2014

Sem sentido(s)

Às vezes não disfarço meus gritos. Em outras, sou só gemidos.
Às vezes digo não. Outras, sou pura pele.
Às vezes sou medo. Em outras, perco a medida.
Alguns me roubam beijos e até querem tirar-me o sono e o vestido...
Outro, per se, me priva dos sentidos.

Maria Lemke

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Calvário





                                                                                                           Catedral de Sal, Zipaquirá, Colômbia
Fotos: Maria Lemke




terça-feira, 5 de agosto de 2014

Ouro Fino

                                                        Foto: Maria Lemke
Generosamente pintado pelo sol de fim de tarde, um beco continua sendo chamado de Ouro Fino... 

Maria Lemke

domingo, 16 de março de 2014

Nada

Nada além da lembrança de seus cabelos  soltos, tocados suavemente, como vela  pelo vento. Nada além da lembrança da profundidade dos teus olhos. Nada além da lembrança de navegar em  teu
(a)mar íntimo. Nada além de lembranças.
Agora, nado além.
                                   

Maria Lemke

domingo, 26 de janeiro de 2014

Meio(s)

Feitiço:
pré-sentimento
sex(t)o sentido
magia,
quebranto,
(o) mal (que),
cura.
Blue(s):
acorde,
meio-tom, 
cor.
Metáfora:
refúgio.
Ambiguidade:
malefício (?)
Sombra:
Meia-lua, 
meia-luz,
Sol e lua.
Penumbra
Eclipse
O-caso
meio escuridão
nuança.
Dúvida:
labirintos,
caminho(s) cruzado(s),
riscos paralelos,
duvida?
Meia-palavra... 
SilenCIO
inverso
(basta?)
in-certeza
sim,
não,
talvez

Só...
Reticências...

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A-gua(rda)r

E chove tanto, tanto, tanto que agora, nessa inexata distância, entre lágrimas, chuva e solidão, queria apenas a-gua(rda)r-te....
Maria Lemke


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Ma(i)s querer(es) II


          Quero uma pitada de pó de sim.         
Mandar embora os meus nãos.
Correr o mundo, depois me perder em seus vãos.
E saber que nada foi em vão.
Quero uma pitada de pó de sim.
Mas não muito. Apenas um tantinho bom,
pra deixar o amor à flor da pele... 
e me deixar assim: do avesso. 

Maria Lemke

sábado, 23 de novembro de 2013

Passeio

Minha vontade mora em suas mãos quando você se toca imaginando que passeio em ti. 


Maria Lemke

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Seca

Sinto muito a estiagem. Vivo e sinto uma secura de doer: a pele perdeu o brilho e os olhos, o verdor.  Há umidade só nos baixios, formada pela gota de suor que desce, devagar, até o vão de meus quadris nervosos.

Maria Lemke

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Fata morgana


Ser(e)i-a (é) aquela do canto (?) Sherazade mui amada, ou Penélope charmosinha? Vestida de preto como bonequinha de luxo. Luto ainda depois de tanto (?) tempo... Sabe, (se há) cura (pra) mal de amor (?). Queimando feito fogo, chorava de alegria. Sorria pelos enganos. Ocultava dores. Brincava com palavras, histórias e tecia mantos. Cantava mantras pra aquecer... Lia escritos apócrifos de magos e ciganos, (d)aqueles outros, outrora mal-ditos, tratados a ferro, fogo e açoite. Des-dita da sorte, er(r)a (a) só(s) seu improviso.  Serei aquela a viver a vida ávida a con-fundir-se (?): 
Fata morgana querendo gritar a verdade quando se revirava só, 
entre lençóis, 
nu claro-obscuro da noite...

Maria Lemke

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Cheia de míngua...


À noite, sonho só quando o sono não vem...
Molhada de desejo e saudade...
Aos poucos me desvaneço.
Como a lua,
me falta uma parte...
Sou menos que meia lua inteira...
Minguando...
Sem você
sou bem menos que uma metade.
Maria Lemke

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Surto

É (,) preciso mudar, 
antes que tu(do) permaneça(s).
Fique. Tal qual era.
(S)em olhares de soslaio,
mascara (se) escondendo (n)o jogo.
Sem nicotina, pro-secco ou prozac...
prosa de palavras picantes... 
fi(n)cadas, em conversas (,) 
na madrugada (,) a-dentro
promessas em desalinho
(como entre lençóis).
(Quero). Ma(i)s...
Já decidi, vou parar o mundo amanhã...
Deixar tudo pra trás. 
Voo baixo agora.
Muda(da). Vou
queimar meu último sutiã. 
Ter outro surto.
Ser-... 
ser-vil...


Maria Lemke

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Lamento(s) II - ou Sin(t)o

Lamento mais do que a profundidade da falta... Lamento o tamanho das minhas vontades impróprias...Lamento o silêncio a embalar seu triste canto. Lamento a ausência que toca meu corpo como um sino açoitado pelo vento...marcado de horas...de distância... pelo tempo.